Nome da Instituição: CEI A. E. Carvalho Responsável: Maria Mauricia da Silva Souza Rabelo Função ou cargo que ocupa: Diretora Equipe participante: Docentes, gestão operacional, crianças, famílias e comunidade Categoria: Gestão 1 - Como favorecemos o protagonismo infantil (o olhar da gestão para a criança) Município e Estado: São Paulo/SP Faixa etária atendida: 0 a 3 anos O que levou a realização da prática? (diagnóstico) A proposta teve como princípio garantir os direitos de bebês e crianças de se locomoverem pelo bairro cotidianamente para chegarem ao CEI, entendendo que o educar e cuidar vai além dos muros da escola da infância, envolvendo a família e a comunidade. O terreno ao lado da escola era um ponto de descarte irregular de lixo. As crianças percebiam o incômodo que isso causava e conversavam sobre os problemas e dificuldades que tinha para chegar na escola. Nas discussões em roda a professora e as crianças começaram a pensar no que poderia ser feito para resolver esse problema. Descrição das intervenções que foram realizadas Com esta demanda no cotidiano da unidade, a direção e demais funcionários constataram a necessidade de atuar junto às crianças na preservação e conservação do ambiente externo ao CEI, buscando uma melhor convivência no território. A intenção foi desenvolver uma ação em que as próprias crianças pudessem participar das mudanças no território, conservando e preservando o espaço em que vivem, o que amplia a visão cidadã para a conquista de uma sociedade mais sustentável. O plano de ação contemplava encontros com o poder público, garantindo a rede de proteção; visitas ao espaço; vivencias e experiências significativas com as crianças; oficinas com as famílias; encontros com os moradores; monitoramento do espaço junto com as crianças, além do diálogo com outras instituições da comunidade. Depois da retirada do lixo do local pela prefeitura, uma reinvindicação do CEI, os familiares e moradores do entorno prepararam o espaço junto com as crianças e funcionários, embelezando-o com plantas, com pinturas nos muros, colocação de brinquedos, entre outros, efetivando a ocupação daquele espaço, agora revitalizado. As crianças apropriavam-se do espaço e discutiam mais possibilidades de melhorias. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido É preciso discutir políticas públicas desde a creche, com crianças pequenas, porque elas são capazes de compreender o que acontece no território e também de disseminar seus conhecimentos. Suas vozes precisam ser ouvidas e levadas a sério. Em roda de conversa com as crianças a intenção era fazer provocações em relação ao descarte de lixo em vias públicas. Surgiram muitas falas interessantes sobre o entorno da creche e de suas casas, tais como: - “Minha avó mora em frente, entra rato na casa dela!” - “Tiraram o lixo da calçada, agora posso passar com minha mãe; - “Não pode jogar lixo na rua tem que jogar no lixo” Muitos assuntos interessavam às crianças e elas buscavam soluções para o problema que enfrentavam. Descrição dos resultados das ações O projeto alcançou sua metade hoje o espaço é monitorado por todos, mantendo a limpeza local, o envolvimento das crianças e famílias. O diálogo com a comunidade ficou mais frequente, estreitando as relações e o senso de pertencimento. As crianças. Com seus direitos garantidos, ocupam o espaço coletivo para experimentar, aprender, brincar, explorar, se esconder e se encantar com e na natureza. Juntos, na parceria, com criatividade, coragem e incentivo é possível garantir direitos e inovar, superando as dificuldades e desemparedando as infâncias. Esta é uma ação de cuidado. Cuidado consigo, com o outro e com o meio ambiente.
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Nome da Instituição: CEI Vila Jóia - Instituto Kwaray Responsável: Daniele Iacovantuono Função ou cargo que ocupa: Diretora Equipe participante: Gestão, Equipe Docente e Equipe de Apoio Município e Estado: São Paulo/SP Faixa etária atendida: 0 a 3 anos Categoria: Gestão 1 : Como favorecemos o protagonismo infantil (o olhar da gestão para a criança) O que levou a realização da prática? (diagnóstico) Esta prática nasceu da necessidade sentida pela diretora da creche e sua equipe, de uma nova utilização do espaço externo do CEI, que contava apenas com brinquedos tradicionais de plástico e ferro (escorregador, balança, gira-gira e gangorra), que não favoreciam as explorações infantis. E também de sua subutilização pelos bebês e crianças pequenas (aproximadamente 40 minutos diários para cada turma), o que mantinha as crianças muito tempo nas salas, sem permitir que usufruíssem tudo o que um espaço externo bem estruturado poderia proporcionar para sua aprendizagem e desenvolvimento. Esse movimento se deu, principalmente, a partir da observação, por parte dos adultos, das “pistas” que as crianças traziam, indícios de que queriam mais em suas brincadeiras livres. Elas expressavam-se como um avião de braços abertos, cavavam buracos na areia como se estivessem na praia, corriam por cima dos canteiros das jardineiras como se estivessem passando por cima de um circuito. Assim, as dicas das crianças abriram espaço para a realização de um diagnóstico que demonstrou a necessidade de se ocupar o parque da unidade com ações que ampliassem as possibilidades das crianças e que também, garantisse o direito de escolha, com propostas mais desafiadoras e com um tempo maior para as vivências diárias. Isto porque a equipe pode ver a criança como um ser capaz, potente, socialmente competente, com direito à voz e à participação nas escolhas. Planejaram uma ocupação do parque com o objetivo de transformá-lo em um lugar privilegiado para vivências e experiências da primeira infância, para e com as crianças, com o intuito de atender suas individualidades. A diversidade de materiais que a natureza poderia oferecer propiciaria experiências sensíveis em um território infinito de possibilidades com texturas, cores, sons e aromas naturais. Descrição das intervenções que foram realizadas Cada professora planejou o seu “Canto do Brincar” com as crianças e as escolhas ocorreram por meio de imagens. A partir dessa ação, passaram a organizar quatro cantos diferenciados diariamente no parque, como: circuito com pneus e ripa, canto de construção com materiais de largo alcance, cantos de faz de conta, casinha, parque, elementos da natureza, artes, leitura, entre outros, modificados semanalmente. A Gestão definiu um cronograma diário com horários para montar e desmontar os Cantos do Brincar no parque. Como os cantos contam com uma professora titular e duas volantes, o processo acaba sendo rápido e ágil. Organizaram a ocupação do parque em duas turmas– manhã e tarde, já que o CEI atende 160 bebês e crianças, dobrando o tempo de sua permanência no espaço. Alcançaram, assim, um maior aproveitamento e mais qualidade na utilização dos Cantos do Brincar. Essa proposta apoia também o olhar e a escuta das professoras, na realização dos Registros. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido As crianças demonstram um fascínio pelos materiais mais simples e pelos elementos da natureza que, por sua vez, potencializam a concretude do faz de conta, da construção e das manifestações artísticas. É um espetáculo poder observar as preferências das crianças por cantos, materiais ou propostas, bem como contar com um tempo ampliado que possibilita abrir espaço para o começo, meio e fim nas brincadeiras. Descrição dos resultados das ações Essa ocupação do parque com materiais simples e diversificados, com tempo alargado, potencializa as explorações infantis e abre espaço para a curiosidade, o domínio de novas habilidades, a construção do novo e começa a tornar visível também o interesse das educadoras. Elas passam a relatar, por exemplo, uma criança observando a areia caindo de um funil como se estivesse em câmera lenta ou investigando uma folha vermelha através do raio de sol com calmaria e concentração, na perspectiva da criança; alguém que vê o mundo com seus próprios olhos, levanta hipóteses, constrói relações, teorias e culturas infantis, por meio de suas expressões próprias, construindo saberes e ensinando os adultos. O papel do educador na Educação Infantil é o de escutar as crianças, articular e apoiar suas descobertas, criando condições para a produção de conhecimento de maneira integral, não fragmentada. Quando o educador aprimora seu olhar, novas observações e experimentações se tornam possíveis. Além disso, graças a indicadores de avaliação, pode-se constatar menos acidentes no parque e menos adoecimento das crianças. O CEI é hoje um lugar de aprendizados e desenvolvimento por meio de múltiplas linguagens, experiências e, principalmente, por meio do lúdico, ou seja, as crianças APRENDEM brincando e BRINCAM aprendendo; pois elas são as protagonistas da ação educativa. Nome da Instituição: Escola Municipal Fundamental Davi Canabarro Responsável: Suelen Suckel Celestino Função ou cargo que ocupa: Equipe participante: Coordenadora Lidiani Cavineto Dall’Osto Município e Estado: Ijuí/RS Faixa etária atendida: 4 e 5 anos Categoria: Gestão 1: Como favorecemos o protagonismo infantil O que levou a realização da prática? (diagnóstico) As crianças encontraram um louva-a-deus na pracinha e, nesse instante, começou um alvoroço, pois toas as crianças queriam vê-lo e faziam afirmações, tais como: “Ele é venenoso!”, “Ele morde!”, “Tomem cuidado!”. No entanto, outras crianças discordaram e chamaram a professora, relatando: “Ele nem é venenoso nada, né profe”. A professora sugeriu a realização de uma pesquisa para descobrir se o animal era perigoso ou não. Descrição das intervenções que foram realizadas Depois de colocarem o inseto em um pote, pesquisaram na internet, por meio do notebook da escola para responder à dúvida das crianças e acabaram descobrindo que o louva-a-deus é um inseto agressivo e um ótimo caçador, mas não possui veneno, nem representa perigo para os humanos. Pesquisa finalizada, questionou-se as crianças sobre o que faríamos com o inseto e eles decidiram soltá-lo, devolvendo-o para a árvore de onde ele veio. Ao observarem o louva-a-deus em seu habitat, as crianças concluíram que ele se camufla, pois, ao chegar perto das folhas da árvore, ficava difícil identificá-lo e diferenciá-lo das folhas. Uma menina da turma pediu: “Profe, podemos estudar o louva-a-deus?”. No mesmo instante, um menino que ouvia a conversa interviu: “já sei, podemos pesquisar se ele tem papai e mamãe!”. Percebendo o interesse das crianças e o empenho em pensar questões para continuar nossa pesquisa, a educadora aceitou o desafio, e juntamente com as crianças embarcou em um projeto de pesquisa, que renderia muitas aprendizagens e descobertas. Realizaram pesquisas em diferentes fontes (internet, livros de ciências, com a família em casa, conversa com uma bióloga, visita a um laboratório da universidade da cidade), e a cada pesquisa realizada registravam as descobertas. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido As questões das crianças continuavam: O QUE UM ANIMAL PRECISA PARA SER UM INSETO? Descobriram que ele tem três pares de pernas e corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen. Descobriram também que, apesar de ter aparentemente dois olhos, na realidade ele tem cinco. Além dos dois olhos visíveis, ele tem mais três olhos perto das antenas. Ao realizar esta descoberta as crianças ficaram curiosas para saber se ele tem ouvido ou se ele utiliza as antenas para escutar. Para descobrir a utilidade das antenas, mandamos de tema de casa uma pesquisa para ser realizada com as famílias. No dia combinado as pesquisas retornaram para a escola e as crianças compartilharam com os colegas a descoberta realizada com a família. Um dos alunos trouxe o fato de que: "A antena serve para acariciar o louva-a-deus enquanto eles namoram". Esse fato marcou a turma, e quando as crianças compartilharam em casa com as famílias as informações da pesquisa, relataram essa descoberta como um fato marcante. No dia seguinte outro aluno complementou a informação sobre o carinho com as antenas, dizendo "Quando eles “namoram”, a fêmea come a cabeça do macho!", informação que impactou a turma e nos rendeu outra dúvida: "Porque a fêmea arranca a cabeça do macho?" A resposta para esta questão também foi trazida pelas crianças por conta própria; a professora apenas auxiliou a utilizarem palavras mais adequadas para explicarem o motivo (Isso acontece porque a fêmea precisa de proteínas para seus ovos assim que eles são fecundados, pensando em produzir a maior quantidade de ovos possíveis, e nem sempre ela come a cabeça do macho que a fecundou). As perguntas continuaram: “Onde ele mora?” E “Como ele respira?”. Para responderem essas dúvidas entraram em contato com a professora Vídica Bianchi, coordenadora do curso de biologia da UNIJUÍ (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul). Ela aceitou receber a turma no laboratório de biologia, no campus da universidade, para conversar com as crianças, um momento muito instigante para a turma. Descrição dos resultados das ações A realização deste projeto de pesquisa proporcionou às crianças e educadoras muitas descobertas e aprendizagens. A colaboração das famílias e da comunidade, contribuindo com ideias, estudos e materiais foi uma verdadeira parceria. Os relatos dos pais das crianças envolvidas na pesquisa traziam um retorno muito positivo, pois percebiam seus filhos com atitude investigativa também em casa. Nas conversas diárias com as crianças era possível perceber como os conhecimentos adquiridos foram significativos para elas, principalmente pelo fato de terem acontecido a partir de questionamentos que surgiram delas próprias. Após o encerramento do projeto, o protagonismo infantil continuou se evidenciando nas manifestações das crianças, pois sentiam-se livres e capazes de fazer questionamentos, levantar hipóteses, trazer contribuições e principalmente, desenvolver uma atitude aguçada para a pesquisa. Já que a curiosidade é algo natural da criança, é necessário um olhar atento e escuta sensível do educador para significá-la, possibilitando a construção de novas aprendizagens. Nome da Instituição: CMEI JARDIM ALEGRE CURITIBA Responsável: Rosane Cirilo de Araújo Função ou cargo que ocupa: Professora Equipe participante: Janedi Costa Santos e Fabiana Bernardes Pfister Município e Estado: Curitiba/PR Faixa etária atendida: Categoria: GESTÃO 1: Como favorecemos o protagonismo infantil O que levou a realização da prática? (diagnóstico) Partindo de questões, tais como: Que espaços a escola tem proporcionado diariamente para que as crianças, tão pequenas, possam se desenvolver em sua plenitude? Como têm sido organizados os espaços para o desenvolvimento dos campos de experiências? Em relação à interação, esses espaços proporcionam novas descobertas infantis? O desenvolvimento das crianças ocorre por meio das interações e, quando os espaços são planejados, aos poucos elas se tornam capazes de fazer escolhas, de intervir no meio em que estão inseridas, tomando decisões, conhecendo-se e compreendendo o mundo a sua volta. Os espaços em sala devem ser pensados para contribuir para o seu desenvolvimento a partir de trocas de conhecimentos, prazer das descobertas, faz-de-conta e imaginação. Segundo a BNCC, um dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento na educação infantil é “brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos)” Descrição das intervenções que foram realizadas Introdução de novos elementos, como: mesas de madeira na altura das crianças; um teatro de sombras com materiais translúcidos e opacos, pequenos objetos e um retroprojetor para ser utilizado durante a brincadeira, organizado dentro de um armário. O canto da casinha também foi reorganizado, com itens reais de alumínio e madeira, como: panelas, colheres, latas vazias entre outros utensílios conhecidos pelas crianças em suas vidas cotidianas. Uma mesa foi montada, com animais confeccionados com rolhas, cercado de palitos de sorvete, pequenos troncos, rolinhos de papel cortados ao meio representando túneis. Enfim, espaços de descobertas e brincadeiras a fim de desenvolver a pluralidade de experiências sensoriais. Tecidos com texturas e cores diferenciadas, tampas de vários tamanhos e formatos, caixas variadas, tambores de papelão e muitos outros materiais de largo alcance também foram disponibilizados. Alguns móveis foram confeccionados e objetos como caixas de madeira e troncos de árvores fazem parte da estruturação da sala. As crianças têm a oportunidade de revisitação de suas produções em dias subsequentes, dando continuidade as suas pesquisas. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido As crianças ajudaram na reorganização dos espaços, buscando areia para montagem um do novo espaço, por exemplo. Em dos momentos perguntaram: O que é isso? Quando viram os animais, elas perceberam que se tratava de uma fazendinha. Ao brincarem na diziam: - “Olha a vaca, tá comendo grama”. Brincar com areia, montar e desmontar o espaço, fazer e desfazer as construções de diferentes maneiras, entre outras possibilidades levaram à experimentação e a atribuição de novos sentidos às brincadeiras. Descrição dos resultados das ações Este novo formato e a maneira como se organizaram os materiais nos espaços aguçou a curiosidade infantil, a vontade de brincar e o prazer em manuseá-los. As professoras observaram que durante as brincadeiras, ocorriam menos conflitos e disputas por materiais ou brinquedos, pois os objetos são ofertados com variedade e em quantidade significativa nos diferentes espaços, sejam eles na sala ou no solário, tornando-os ambientes únicos de aprendizagem. É possível ver a autonomia das crianças nas escolhas e a oportunidade de aprender, cada um no seu tempo. Estar em sintonia com as crianças em seus momentos lúdicos e participar de suas criações, tornou as professoras seres brincantes, pesquisadores e incentivadores das práticas infantis. Um espaço lúdico bem planejado leva a criança a experimentar o mundo e internalizá-lo por meio do brincar, pois tem a oportunidade de interagir, participar e conviver. Nome da Instituição: Escola Municipal de Educação Infantil Vivendo a infância Responsável: Deise Vieira Fernandes Bissoloti Função ou cargo que ocupa: professora Município e Estado: Esteio /RS Faixa etária atendida: 0 a 3 anos Categoria : Gestão 1: Como favorecemos o protagonismo infantil O que levou a realização da prática? (diagnóstico) A prática parte da observação da professora relativa ao cotidiano dos bebês na escola; as brincadeiras, as interações, as refeições e outros momentos de cuidado. A partir de uma escuta sensível e de um olhar atento, a professora observou os gestos, necessidades, interesses, emoções e desejos das crianças, para criar ambientes organizados, propositores, acolhedores e atrativos, onde cada criança pode viver diversas experiências; criar, aprender, brincar e se expressar. Até então, as crianças ficavam restritas à sala referência da turma; não utilizavam outros espaços da escola, interagiam pouco entre si, com outras crianças e com os funcionários. Articular o tempo e o espaço era fundamental para que as crianças pudessem explorar os materiais livremente, com autonomia e de acordo com o ritmo de cada uma, respeitando sua individualidade. Descrição das intervenções que foram realizadas Os ambientes foram organizados de forma a garantir o acolhimento e desafiar os bebês, a partir de espaços variados e materiais diferenciados O tempo também foi repensado, bem como o número de crianças nas atividades para proporcionar experiências instigadoras, cheias de encantos, explorações, pesquisas e descobertas. Um brincar com intencionalidade valoriza a riqueza do dia a dia com os bebês; um cotidiano que permite que o inusitado, o inesperado e o extraordinário possam acontecer. Sendo assim, pensar o planejamento das práticas pedagógicas da Educação Infantil está intimamente ligado à organização dos espaços, dos tempos e dos materiais, oportunizando aos grupos de crianças interações e brincadeiras, suscitando repertórios diversos para experienciar e se encantar. A atuação planejada necessitou de materiais variados, como por exemplo: tintas, areia, argila, colas, pincéis, rolos de pinturas, texturas, papeis, elementos da natureza (folhas, barro, água, gravetos, pedras), telas, cavalete, azulejo, papelão, carretéis, sucatas, etc.; tudo organizado previamente. O espaço é um facilitador do trabalho do professor. O pátio, o saguão da escola, a sala de referência, o atelier, todos os espaços são bem-vindos nessa ação que amplia as possibilidades de manifestação das crianças tanto individualmente, como em duplas ou em grupo. Foi possível também um trabalho de articulação entre o tempo e o espaço, fundamental para que as crianças possam explorar os materiais livremente, com autonomia e de acordo com seu interesse. As propostas desenvolvidas foram registradas em forma de fotos, vídeos e relatos como documentação pedagógica. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido Na educação infantil e especialmente na turma de berçário, o trabalho é contínuo, lúdico e significativo. Os resultados são visíveis, pois ao utilizar materiais diferenciados, os bebês ampliam seu repertório de brincadeiras e aprenderam com descobertas e vivências inspiradoras. E é também nas interações e relações que as crianças aprendem e se constituem. Cada criança, como ser único, explora os materiais a sua maneira. No início, algumas crianças não gostavam de se sujar com tintas, por exemplo, outras já queriam usar muitas cores e usar as mãos ao invés de pincéis. Aos poucos elas foram ampliando o seu repertório de vivências e participando com mais naturalidade desses momentos e das atividades propostas. A cada possibilidade ofertada às crianças, há uma intencionalidade pensada pelo professor, mas o inusitado também aparece no cotidiano da escola a partir do imaginário e do pensamento infantil. São muitas as manifestações. Por exemplo, no pátio, uma criança traz uma pedrinha que encontrou no meio da grama e diz: “Tesouro!” Então, percebendo o seu fascínio e encanto, a professora sugere que ela a guarde em um lugar especial. Tem quem guardou no espaço externo, no meio da natureza, tem quem quiz levá-la casa. Para a professora Deise, ouvir as crianças e revisitar a sua própria infância pode ser a chave para se aproximar do universo infantil. Descrição dos resultados das ações A diversificação das vivências das crianças gerou transformações na relação das crianças com os espaços, rotinas e materiais, mas também possibilitou mudanças profissionais (formação continuada) e de gestão, o que impactou na interação com as famílias. Aos poucos, novas propostas foram sendo introduzidas, novos materiais e novos espaços para explorar e as crianças ficaram, cada vez, mais interessadas e concentradas. O interesse e a curiosidade para com os materiais aumentavam gradativamente, à medida que as experiências significativas eram vivenciadas. Foi possível constatar que as aprendizagens aconteceram durante as interações entre as crianças e delas com os materiais. Os materiais diversificados são importantíssimos para o desenvolvimento dos bebês, aguçam a inteligência, despertam o interesse e proporcionam um mundo de fantasia, imaginação e criatividade. Experimentar, explorar, manusear, empilhar, montar, encaixar, entre outras ações de participação ativa, demonstram as infinitas possibilidades que esses materiais oferecem. |
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Novembro 2019
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