Nome da Instituição: Escola Municipal Fundamental Davi Canabarro Responsável: Suelen Suckel Celestino Função ou cargo que ocupa: Equipe participante: Coordenadora Lidiani Cavineto Dall’Osto Município e Estado: Ijuí/RS Faixa etária atendida: 4 e 5 anos Categoria: Gestão 1: Como favorecemos o protagonismo infantil O que levou a realização da prática? (diagnóstico) As crianças encontraram um louva-a-deus na pracinha e, nesse instante, começou um alvoroço, pois toas as crianças queriam vê-lo e faziam afirmações, tais como: “Ele é venenoso!”, “Ele morde!”, “Tomem cuidado!”. No entanto, outras crianças discordaram e chamaram a professora, relatando: “Ele nem é venenoso nada, né profe”. A professora sugeriu a realização de uma pesquisa para descobrir se o animal era perigoso ou não. Descrição das intervenções que foram realizadas Depois de colocarem o inseto em um pote, pesquisaram na internet, por meio do notebook da escola para responder à dúvida das crianças e acabaram descobrindo que o louva-a-deus é um inseto agressivo e um ótimo caçador, mas não possui veneno, nem representa perigo para os humanos. Pesquisa finalizada, questionou-se as crianças sobre o que faríamos com o inseto e eles decidiram soltá-lo, devolvendo-o para a árvore de onde ele veio. Ao observarem o louva-a-deus em seu habitat, as crianças concluíram que ele se camufla, pois, ao chegar perto das folhas da árvore, ficava difícil identificá-lo e diferenciá-lo das folhas. Uma menina da turma pediu: “Profe, podemos estudar o louva-a-deus?”. No mesmo instante, um menino que ouvia a conversa interviu: “já sei, podemos pesquisar se ele tem papai e mamãe!”. Percebendo o interesse das crianças e o empenho em pensar questões para continuar nossa pesquisa, a educadora aceitou o desafio, e juntamente com as crianças embarcou em um projeto de pesquisa, que renderia muitas aprendizagens e descobertas. Realizaram pesquisas em diferentes fontes (internet, livros de ciências, com a família em casa, conversa com uma bióloga, visita a um laboratório da universidade da cidade), e a cada pesquisa realizada registravam as descobertas. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido As questões das crianças continuavam: O QUE UM ANIMAL PRECISA PARA SER UM INSETO? Descobriram que ele tem três pares de pernas e corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen. Descobriram também que, apesar de ter aparentemente dois olhos, na realidade ele tem cinco. Além dos dois olhos visíveis, ele tem mais três olhos perto das antenas. Ao realizar esta descoberta as crianças ficaram curiosas para saber se ele tem ouvido ou se ele utiliza as antenas para escutar. Para descobrir a utilidade das antenas, mandamos de tema de casa uma pesquisa para ser realizada com as famílias. No dia combinado as pesquisas retornaram para a escola e as crianças compartilharam com os colegas a descoberta realizada com a família. Um dos alunos trouxe o fato de que: "A antena serve para acariciar o louva-a-deus enquanto eles namoram". Esse fato marcou a turma, e quando as crianças compartilharam em casa com as famílias as informações da pesquisa, relataram essa descoberta como um fato marcante. No dia seguinte outro aluno complementou a informação sobre o carinho com as antenas, dizendo "Quando eles “namoram”, a fêmea come a cabeça do macho!", informação que impactou a turma e nos rendeu outra dúvida: "Porque a fêmea arranca a cabeça do macho?" A resposta para esta questão também foi trazida pelas crianças por conta própria; a professora apenas auxiliou a utilizarem palavras mais adequadas para explicarem o motivo (Isso acontece porque a fêmea precisa de proteínas para seus ovos assim que eles são fecundados, pensando em produzir a maior quantidade de ovos possíveis, e nem sempre ela come a cabeça do macho que a fecundou). As perguntas continuaram: “Onde ele mora?” E “Como ele respira?”. Para responderem essas dúvidas entraram em contato com a professora Vídica Bianchi, coordenadora do curso de biologia da UNIJUÍ (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul). Ela aceitou receber a turma no laboratório de biologia, no campus da universidade, para conversar com as crianças, um momento muito instigante para a turma. Descrição dos resultados das ações A realização deste projeto de pesquisa proporcionou às crianças e educadoras muitas descobertas e aprendizagens. A colaboração das famílias e da comunidade, contribuindo com ideias, estudos e materiais foi uma verdadeira parceria. Os relatos dos pais das crianças envolvidas na pesquisa traziam um retorno muito positivo, pois percebiam seus filhos com atitude investigativa também em casa. Nas conversas diárias com as crianças era possível perceber como os conhecimentos adquiridos foram significativos para elas, principalmente pelo fato de terem acontecido a partir de questionamentos que surgiram delas próprias. Após o encerramento do projeto, o protagonismo infantil continuou se evidenciando nas manifestações das crianças, pois sentiam-se livres e capazes de fazer questionamentos, levantar hipóteses, trazer contribuições e principalmente, desenvolver uma atitude aguçada para a pesquisa. Já que a curiosidade é algo natural da criança, é necessário um olhar atento e escuta sensível do educador para significá-la, possibilitando a construção de novas aprendizagens.
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Novembro 2019
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