Brincadarte, aproximações entre o Brincar e a Arte na construção do currículo da Educação Infantil15/3/2019 Instituição: EMEI Chácara Sonho Azul Responsável: Antonio Norberto Martins Cargo: Diretor de Escola Município: São Paulo (SP) Faixa Etária Atendida: Quatro a cinco anos Categoria: Formando para a Mudança O que levou a realização da prática? (diagnóstico) Em fevereiro de 2012 a equipe gestora iniciou o trabalho na EMEI ouvindo todos os trabalhadores, educadores da escola e os pais para fazer um diagnóstico sobre a realidade da unidade escolar, uma vez que éramos nós as novas integrantes. As crianças também foram ouvidas nesse processo. Assim, o projeto partiu de uma escuta sensível, buscando a autonomia e autoria das crianças e construindo com elas formas de tornar a escola mais bonita, aconchegante e brincante, construindo espaços e tempos significativos para todos. Como não bastava só ouvir as crianças, mas atrelar o que se ouvia à criação de tempos e espaços para que elas pudessem viver as infâncias, ampliando suas realidades sociais, culturais e humanas, o objetivo era incluir as crianças na participação da gestão democrática da escola, contribuindo para o diálogo entre elas e os adultos, respeitando a cultura infantil e fomentando a autoria na tomada de decisões sobre assuntos de interesse da escola e do entorno. As crianças mostraram o que faltava para o uso dos espaços e materiais. Por exemplo, não queriam a “hora do sono” e gostariam de usar a quadra, os espaços de terra que as professoras não deixavam, entre outros desejos. Ao considerarmos a importância de criar mecanismos e estratégias para dar relevância à voz das crianças no cotidiano da educação infantil, e ainda, considerando a necessidade de encontrar soluções para um diálogo cada vez maior entre crianças e adultos, escolhemos o caminho da constituição do Conselho de Crianças; No Conselho as crianças são motivadas a refletir, levantar hipótese, pesquisar, tirar conclusões, ampliar o conhecimento e avaliar o que observam e constroem sobre o mundo. Intervenções Realizadas Para compor o Conselho formam escolhidos, pelas próprias crianças, dois representantes por sala: um menino e uma menina (para garantir a questão de gênero); um escolhido pelas crianças e outro pela professora. Após várias reflexões sobre como garantir uma pergunta que abarcasse a visão das crianças sobre os tempos e espaços da escola, lançamos duas questões para discussão:" O que você gosta na escola?" e “O que você não gosta na escola?” As discussões no Conselho acontecem em uma assembleia e uma reunião mensais. Os representantes levam as discussões para as salas e no mês seguinte trazem a devolutiva e os registros por meio de várias linguagens (desenho, colagem, pintura, escrita). Nas reuniões de Conselho, cada representante socializa o que trouxe e discutimos sobre a temática proposta. Partindo dos diversos pontos de vista, apontamos encaminhamentos que são levados ao Conselho de Escola dos adultos e são debatidos em igual importância aos temas levantados por pais e educadores. Desta forma, construímos, todos juntos, uma rotina que contempla as necessidades das crianças e atende às suas sugestões. Descrição dos saberes e fazeres infantis Os pequenos provaram para os adultos que eram capazes de, por exemplo, subirem em árvores. Os pais e educadores ficaram reticentes e queriam delimitar quais árvores poderiam ser escaladas e novamente as crianças apontaram a solução: "Subimos até onde der". A Organização do espaço a partir das indicações das crianças e não das necessidades e da ótica dos adultos foi nossa meta em 2013. Discutimos o uso das verbas: o que comprar, para quê e, desde aquela época, destinamos uma porcentagem da verba para a aquisição das prioridades definidas pelo Conselho de Crianças (opinam sobre as festas, passeios, estudo do meio e resoluções dos problemas do cotidiano: conflitos, alimentação, projetos, entre outros). Em 2014, projetaram um campo de futebol de areia que foi construído de acordo com o projeto das crianças e com arquibancadas. Ganhamos algumas casinhas de entrar dentro e os adultos queriam colocar uma em cada parque e as crianças ficaram indignadas: “vamos colocar uma do lado da outra para brincar de vizinho” e quando chegou a terceira casinha:” agora vai ser uma vila”! Os adultos jamais teriam a percepção das crianças, porque a ótica é outra, com outra complexidade. Em 2015, as crianças começaram a perceber o entorno: nas saídas para ir à feira e a um clube próximo, observaram que não havia lixeiras pelo quarteirão, além de farol e faixa de segurança para atravessar a rua; as árvores precisavam de poda, pois estavam caindo na calçada e interrompendo a passagem dos pedestres. Levaram a questão para o Conselho e após muita discussão, chegaram à conclusão de que deveriam falar com o prefeito. Foram atendidas pelo subprefeito da região que, além de ouvir as crianças, compareceu à escola para conhecer nosso Projeto. Depois de um tempo, um mutirão da Subprefeitura colocou lixeiras, podou o mato e as árvores, colocou sinalização. As crianças ficaram felicíssimas e os adultos também, pois já fazia tempo que cobrávamos essas solicitações. Em 2016, continuamos com nosso Conselho discutindo com as crianças o nosso cotidiano; resolvendo problemas, tratando de assuntos sérios como a questão de gênero por exemplo. Alguns pais não queriam que os meninos brincassem de boneca e as meninas de carrinho e eles mostraram que os pais cuidam dos filhos e as mães dirigem carros. Simples assim! Como simples são as respostas das crianças, mas de uma enorme sabedoria. Resultados da ação A expansão das possibilidades de participação no mundo social é nossa tarefa primeira, pois ser humano e ser social significa ser sujeito de escolhas e isso se constrói na tomada de consciência sobre o que se faz. O investimento nos pequenos os torna agentes transformadores de si e do mundo ao seu redor. Nosso Projeto inseriu a criança na construção de espaços e tempos educadores, onde a infância pode ser vivida, enriquecida, compartilhada. Semestralmente fazemos uma avaliação dos avanços e conquistas do Conselho de Escola e Conselho de Crianças, mas na verdade o avanço é notório nos espaços e nas relações. Todas as pessoas que visitam nossa escola relatam sobre como a escola tem "cara de criança", sem ser infantil, como o espaço respeita o tempo da infância. Dar voz às crianças não é apenas permitir que elas falem, é reconhecer o que falam e que suas vozes possuem extrema importância. A maneira como sentem e veem o mundo ressignifica a visão do adulto e dá credibilidade para o que apontam. Nesses cinco anos, em que estamos desenvolvendo o projeto dos Pequenos Conselheiros, nossa escola ficou mais colorida, alegre, com crianças mais felizes, questionadoras e críticas. Notamos, também, mudança na postura dos adultos que passaram a valorizar o protagonismo infantil. O que levou a realização da prática? (diagnóstico)Mudanças não acontecem da noite para o dia. Assumi a direção da escola em 2006; quando cheguei verifiquei que tinham práticas muito boas e outras que necessitavam de mudanças. Por outro lado, eu também precisava conhecer melhor a realidade da educação infantil, pois a minha experiência anterior estava associada ao ensino fundamental, médio e universitário. Dessa forma, o primeiro ano na escola foi de aprendizado e observação. De forma geral, apresento alguns aspectos que desencadearam e constituíram o Brincadarte: • A brincadeira era algo contida, resultado do enfoque disciplinador que ocorria nas salas e influenciada pelo ensino fundamental. • A gestão da escola era focada no administrativo. Esse contexto me levou a um trabalho com o grupo: Discussões que possibilitaram um trabalho coletivo e o hábito de compartilhar as experiências. Comprometidos todos com formações na escola, focadas nos conceitos do Brincar e na História da arte. Essas ações promoveram as primeiras mudanças e a necessidade de continuidade das reflexões sobre a infância e a educação infantil. Os Referenciais da Educação Infantil da Prefeitura Municipal de São Paulo, o projeto de formação Rede em Rede da PMSP também são referências que apoiaram esse projeto Intervenções Realizadas Em relação às intervenções e ações, o Brincadarte faz parte da continuidade de um projeto de formação de professores. Começamos investindo na formação local, compreendendo o que é o Brincar e depois os conceitos ligados à Arte. Dessa forma, as linguagens artísticas passaram a fazer parte da prática pedagógica. Paralelo a isso, passamos a trabalhar com o entendimento de “território educativo” o que possibilitou aos professores pensarem mais sobre a cultural local e os problemas da região. Essa ideia de “território educativo” levou à compreensão do papel da cidade em seu potencial educativo. Aos poucos, essas perspectivas teóricas orientaram as mudanças que foram introduzidas na EMEI, passo aqui a enumerá-las: 1. No refeitório passamos a servir as refeições na mesa, introduzimos pratos de vidro, tigelas, saladeiras para que as crianças aprendam a compartilhar a comida e autonomia para se servir. 2. Introdução de aulas-passeios: visita à feira, museus, parques e teatro. 3. Reuniões com os demais funcionários da escola para esclarecimento das propostas educativas e torná-los parceiros nas ações pedagógicas; 4. Convite a formadores e artistas para discussões e apresentações na EMEI; 5. Envolvimento nas questões locais e articulação com suas lideranças; 6. Construção de um ateliê e uma horta em dois espaços ociosos, além de um parque sonoro a partir da utilização de sucatas. Esses instrumentos foram distribuídos por todo o espaço da escola que em conjunto com outras paredes, proporcionam experiências sonoras e exposição de trabalhos e fotos das atividades criando um ambiente educativo que extrapola a sala de aula (se é que podemos chamá-la assim na educação infantil). Descrição dos saberes e fazeres infantis O Brincadarte é essa construção que está em desenvolvimento. Neste sentido, coloco a seguinte equação que resume o projeto: Brincar+Arte = Brincadarte. Os professores estudam e pensam ações que envolvam o Brincar e a Arte, como também ações simultâneas do Brincar e da Arte. Tem momentos que são propostas brincadeiras para as crianças, sendo que estas também têm liberdade para criar; outras vezes, são propostas atividades que necessitam da utilização das linguagens artísticas, nestas são sugeridos diferentes materiais e instrumentos; finalmente atividades que envolvem simultaneamente o Brincar e a Arte. Tudo isso acontece de forma planejada no coletivo sem que os professores ajam de forma uniforme. Resultados da ação A criança sente-se bem no espaço educativo, desenvolve autonomia para ser protagonista. Para isso a escola tem que respeitar os Direitos das Crianças, percebê-las como sujeitos de Direito. Um deles é o Direito de Brincar, não tem como o Brincar não ser a principal atividade na Educação Infantil, constituindo-se assim num dos eixos do currículo. O Brincar mais a Arte possibilitam a emersão da criatividade, algo que é inerente à criança, e que é, muitas vezes, sufocado em nossa sociedade.
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Nome do Projeto: Do meu nariz cuido eu Responsável: Maria Lúcia do Nascimento, Liazita Goetz (coordenação Elza Corsi) Instituição: Creche Mão Cooperadora Faixa etária atendida: 2 a 3 anos Descrição da prática e resultados: Mensalmente eram observados casos de crianças que adoeciam; os resfriados, amidalites, gripes eram constantes e por mais que as educadoras cuidassem o quadro não se alterava, pois, cuidar de uma criança não significa apenas realizar ações por ela, mas permitir e dar condições para que ela adquira maior autonomia no cuidado de si mesma.
Assim surgiu um projeto que objetivou a construção de hábitos e aprendizagem de procedimentos de higiene e cuidado pessoal, propondo ao educador que considerasse a necessidade de que a própria criança limpasse seu nariz. Para possibilitar essa aprendizagem era necessário apoiar a criança nos procedimentos adequados para higienizar seu nariz e também que o papel higiênico ficasse sempre disponível e ao alcance das crianças, bem como o acesso ao espelho e às torneiras para que pudessem lavar as mãos depois. A dificuldade dos educadores que, à princípio, não acreditavam que as crianças fossem capazes de realizar o procedimento sozinhas, foi superada pela capacidade demonstrada pelas próprias crianças. O projeto teve resultados bastante animadores, pois além da diminuição nos casos de coriza, agora toda criança cuida do próprio nariz com mais higiene, segurança e autonomia. OBS. : Mais informações sobre essa experiência, você encontra na Revista avisa lá nº 10 (abril/2002). Nome da Instituição: Escola Municipal Profª. Anna Mantovani de Andrade Responsável: Eliani Ragonha Função ou cargo que ocupa: Coordenadora pedagógica Município e Estado: São José do Rio Preto / SP Faixa etária atendida: 4 a 5 anos Categoria: Gestão 2: Formando para a mudança O que levou a realização da prática? (diagnóstico) O planejamento de atividades de artes era limitado. As práticas eram focadas na cópia do modelo do adulto - completar dobraduras, pintar desenhos prontos (xerocados), utilizar desenhos prontos (xerocados) em cartazes, materiais informativos, jogos, carimbar mãozinhas e completar com desenhos de acordo com a comanda do professor. A autonomia das crianças, sua criatividade, sua espontaneidade, faziam parte da maioria dos discursos dos educadores. Mas nas práticas cotidianas havia uma relação de autoridade no ensino e de busca de passividade na aprendizagem. Da mesma forma os pais, familiares e comunidade não conheciam e não participavam das discussões sobre o Currículo da Educação Infantil. Descrição das intervenções que foram realizadasA coordenadora realizou uma série de reuniões com as famílias e com os professores; apresentou propostas para o trabalho na educação infantil, orientadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil\2009 e realizou um processo de formação dos professores. Nele priorizou a discussão das práticas à luz de estudos teóricos, de forma provocativa e com boas perguntas e reflexões. O processo com os professores foi de muito estudo, com leituras importantes e planejamentos para pensar em como tornar possível as propostas. A realização coletiva de sequências de atividade contribuiu para o grupo pensar sobre a produção gráfica. Nessas sequências didáticas discutiram propostas para apresentar diferentes suportes, meios e instrumentos para o desenho das crianças. Esse trabalho tornou possível observar as produções das crianças e realizar propostas de apreciação das produções de artistas famosos, de artistas locais e das próprias crianças. Com a continuidade dos estudos, o desenho do corpo humano (outra sequência criada pelo grupo) possibilitou observar e compartilhar as produções das crianças e deixar os professores admirados com detalhes que não haviam percebido antes dos estudos. E oficinas de criação começaram a fazer parte da rotina semanal das turmas. Como estavam bem entusiasmados com todos esses estudos e temas, aproveitaram tudo o que já havíamos vivido até então e, assim, começaram a envolver os familiares nessa caminhada. Na Festa da Família, convidaram os pais para pintarem o muro da escola com seus filhos. Com materiais variados (lápis grafite com diversos tons de cinza, tinta aquarela, lápis de cor aquarelável, carvão vegetal em forma de bastão, jogo de pincéis atômicos de diversas cores, giz pastel oleoso) iniciou-se a participação dos pais. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido As crianças estão mais envolvidas com as propostas. Ficam curiosas e interessadas em saber quais materiais serão disponibilizados para as suas produções. Demonstram alegria em participar de atividades como a de desenho na lousa de azulejo da escola; em poder escolher os materiais que querem nas oficinas de criação; em experimentar os diversos materiais. Ficam mais tempo concentradas na realização de suas produções. “Vou fazer uma ponte nela. Lembra daquela casinha que eu caí no parque? Então, vou fazer uma ponte nela.” (Pietro – 5 anos – turma do integral) “No meu desenho tem um monte de parque, verde...” (Enzo – 4 anos – turma do integral) “Vou usar muitos materiais pra ficar diferente e divertido.” (Felipe – numa oficina de criação – 3 anos – Maternal tarde) “Já sei desenhar tudo!” (Manuelle – 4 anos – Maternal manhã) “Posso desenhar o que quiser!” (Enzo – 4 anos – Maternal manhã) Descrição dos resultados das ações As trocas entre os professores aumentaram ao longo do tempo e eles se encantam, a cada dia, com as produções infantis, oferecendo novas possibilidades para a criação.
Os desenhos das crianças, passaram a conter mais detalhes: olhos com cílios, cabelos de comprimentos, “cortes” e penteados diferentes, roupas com mais detalhes. Os resultados surpreendentes deram uma “nova roupagem” para as atividades desconexas e repetitivas de outrora. Nome da Instituição: Escola Municipal de Educação Infantil Beija Flor Responsável: Adriana Silva da Costa Vidaletti Função ou cargo que ocupa: professora Equipe participante: Tatiane Câmara e Karina Barbosa Município e Estado: Canoas/Rio Grande do Sul Faixa etária atendida: 2 a 4 anos e 10 meses Categoria: Professor 2: Passei a valorizar e expor as produções infantis O que levou a realização da prática? (diagnóstico) A rotina de brincadeiras era empobrecida. A presença de apenas brinquedos prontos, estereotipados, de materiais industrializados como o plástico, por exemplo, não oferecia oportunidades diversificadas de exploração por parte das crianças. A observação atenta da professora, por outro lado, revelou como as crianças se relacionavam com o ambiente externo e o que despertava sua curiosidade. A turma era multi-idade e, apesar das diferenças etárias, algo as conectava: a natureza - folhas secas, pedras, terra, areia, água e pequenos gravetos eram elementos que chamavam a atenção das crianças. Descrição das intervenções que foram realizadas A professora deu início a uma ação para ampliar as possibilidades do brincar, investigando, com as crianças, e a vida ali existente: os tipos de árvores, e outros seres vivos como minhocas, formigas e borboletas. A cada ida ao espaço externo acontecia uma nova descoberta. Os brinquedos plásticos foram dando espaço aos elementos naturais. As crianças saiam do parque da escola para a sala de referência e os objetos coletados viravam objeto de pesquisa, observação e produção de arte. Ao longo do trabalho os elementos naturais serviram para produzir tintas como areia com cola, tinta de beterraba, açafrão e carvão. Esse trabalho despertou um trabalho sobre o cuidado com os espaços comuns da escola, entre outros. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido Na produção de telas coletivas com carvão algumas crianças questionaram: "Nós vamos fazer churrasco?", surpresos por utilizá-lo com outra finalidade, demonstraram profundo interesse em descobrir como imprimir suas marcas no papel. Foi organizada uma exposição com suas produções, momento em que elas mostravam outras produções feitas com areia, cola, tinta e corante alimentício, que ocuparam os corredores da escola. Constatações feitas pelo grupo e explicitadas durante rodas de conversa demonstra a riqueza dos pensamentos infantis: "Prof., eu contei lá em casa que a natureza é muito grande. Ela é tão maravilhosa que pode ser até brinquedo. Eu disse prá minha mãe que até as pedrinhas são da natureza e dá pra fazer coisas muito diferentes com ela". Ou ainda, na praça, um grupo de meninas brincava com folhas secas e ao pegar uma grande quantidade na mão, deram-se conta do barulho que as folhas produziam. Encantadas com o resultado, uma delas falou: "Olha profe., as folhas secas fazem barulho, as verdinhas não. Parece que elas estão falando". Professora e crianças estão descobrindo novas possibilidades juntos, ao longo desta caminhada. E ainda... “Essa é a árvore de fruta da praça da escola. O lobo, que se esconde na floresta, sabe que as árvores da praça são iguais ao lugar onde ele mora. A gente brinca lá de se esconder enquanto o lobo não vem”. (Milena, 4 anos, fala enquanto brincava embaixo da jabuticabeira). Ao desenhar, Sofia, 4 anos, falou: “Tá ficando quente e a gente vai na praia ver a natureza diferente da escola”. “Eu vou mostrar pra minha mãe que as folhas da árvore podem ser pincel. Eu vou fazer um monte desses lá em casa”. Yasmin, 4 anos, ao se referir aos pincéis naturais que confeccionaram. Descrição dos resultados das ações A proposta está rompendo com os muros escolares e ganhando espaço para outros olhares. Na semana Municipal da Educação Infantil de Canoas (de 25 a 31 de agosto), a escola promoveu uma exposição em uma cafeteria da cidade para divulgar o trabalho das crianças com os elementos naturais. Inscreveram também o projeto pela página no Facebook, "Ser criança é Natural", do instituto Romã (SP) e estão participando da "Caixa da Natureza". Nessa ação os grupos de crianças trocam caixas com coleções de elementos naturais, envolvendo as famílias e coletando pequenas histórias, poesias e objetos naturais para compartilhar. Em breve enviarão, pelo correio, a caixa para crianças de São Paulo e receberão outra de algum lugar que ainda não sabem qual é. Com tudo isso estão percebendo que a exploração do espaço natural e a convivência e estão modificando-se e estabelecendo outras formas de aprendizagem e de compartilhamento de saberes. |
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Novembro 2019
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