Nome da Instituição: Escola Municipal de Educação Infantil Beija Flor Responsável: Adriana Silva da Costa Vidaletti Função ou cargo que ocupa: professora Equipe participante: Tatiane Câmara e Karina Barbosa Município e Estado: Canoas/Rio Grande do Sul Faixa etária atendida: 2 a 4 anos e 10 meses Categoria: Professor 2: Passei a valorizar e expor as produções infantis O que levou a realização da prática? (diagnóstico) A rotina de brincadeiras era empobrecida. A presença de apenas brinquedos prontos, estereotipados, de materiais industrializados como o plástico, por exemplo, não oferecia oportunidades diversificadas de exploração por parte das crianças. A observação atenta da professora, por outro lado, revelou como as crianças se relacionavam com o ambiente externo e o que despertava sua curiosidade. A turma era multi-idade e, apesar das diferenças etárias, algo as conectava: a natureza - folhas secas, pedras, terra, areia, água e pequenos gravetos eram elementos que chamavam a atenção das crianças. Descrição das intervenções que foram realizadas A professora deu início a uma ação para ampliar as possibilidades do brincar, investigando, com as crianças, e a vida ali existente: os tipos de árvores, e outros seres vivos como minhocas, formigas e borboletas. A cada ida ao espaço externo acontecia uma nova descoberta. Os brinquedos plásticos foram dando espaço aos elementos naturais. As crianças saiam do parque da escola para a sala de referência e os objetos coletados viravam objeto de pesquisa, observação e produção de arte. Ao longo do trabalho os elementos naturais serviram para produzir tintas como areia com cola, tinta de beterraba, açafrão e carvão. Esse trabalho despertou um trabalho sobre o cuidado com os espaços comuns da escola, entre outros. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido Na produção de telas coletivas com carvão algumas crianças questionaram: "Nós vamos fazer churrasco?", surpresos por utilizá-lo com outra finalidade, demonstraram profundo interesse em descobrir como imprimir suas marcas no papel. Foi organizada uma exposição com suas produções, momento em que elas mostravam outras produções feitas com areia, cola, tinta e corante alimentício, que ocuparam os corredores da escola. Constatações feitas pelo grupo e explicitadas durante rodas de conversa demonstra a riqueza dos pensamentos infantis: "Prof., eu contei lá em casa que a natureza é muito grande. Ela é tão maravilhosa que pode ser até brinquedo. Eu disse prá minha mãe que até as pedrinhas são da natureza e dá pra fazer coisas muito diferentes com ela". Ou ainda, na praça, um grupo de meninas brincava com folhas secas e ao pegar uma grande quantidade na mão, deram-se conta do barulho que as folhas produziam. Encantadas com o resultado, uma delas falou: "Olha profe., as folhas secas fazem barulho, as verdinhas não. Parece que elas estão falando". Professora e crianças estão descobrindo novas possibilidades juntos, ao longo desta caminhada. E ainda... “Essa é a árvore de fruta da praça da escola. O lobo, que se esconde na floresta, sabe que as árvores da praça são iguais ao lugar onde ele mora. A gente brinca lá de se esconder enquanto o lobo não vem”. (Milena, 4 anos, fala enquanto brincava embaixo da jabuticabeira). Ao desenhar, Sofia, 4 anos, falou: “Tá ficando quente e a gente vai na praia ver a natureza diferente da escola”. “Eu vou mostrar pra minha mãe que as folhas da árvore podem ser pincel. Eu vou fazer um monte desses lá em casa”. Yasmin, 4 anos, ao se referir aos pincéis naturais que confeccionaram. Descrição dos resultados das ações A proposta está rompendo com os muros escolares e ganhando espaço para outros olhares. Na semana Municipal da Educação Infantil de Canoas (de 25 a 31 de agosto), a escola promoveu uma exposição em uma cafeteria da cidade para divulgar o trabalho das crianças com os elementos naturais. Inscreveram também o projeto pela página no Facebook, "Ser criança é Natural", do instituto Romã (SP) e estão participando da "Caixa da Natureza". Nessa ação os grupos de crianças trocam caixas com coleções de elementos naturais, envolvendo as famílias e coletando pequenas histórias, poesias e objetos naturais para compartilhar. Em breve enviarão, pelo correio, a caixa para crianças de São Paulo e receberão outra de algum lugar que ainda não sabem qual é. Com tudo isso estão percebendo que a exploração do espaço natural e a convivência e estão modificando-se e estabelecendo outras formas de aprendizagem e de compartilhamento de saberes.
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Novembro 2019
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