Nome da Instituição: Escola Municipal Profª. Anna Mantovani de Andrade Responsável: Eliani Ragonha Função ou cargo que ocupa: Coordenadora pedagógica Município e Estado: São José do Rio Preto / SP Faixa etária atendida: 4 a 5 anos Categoria: Gestão 2: Formando para a mudança O que levou a realização da prática? (diagnóstico) O planejamento de atividades de artes era limitado. As práticas eram focadas na cópia do modelo do adulto - completar dobraduras, pintar desenhos prontos (xerocados), utilizar desenhos prontos (xerocados) em cartazes, materiais informativos, jogos, carimbar mãozinhas e completar com desenhos de acordo com a comanda do professor. A autonomia das crianças, sua criatividade, sua espontaneidade, faziam parte da maioria dos discursos dos educadores. Mas nas práticas cotidianas havia uma relação de autoridade no ensino e de busca de passividade na aprendizagem. Da mesma forma os pais, familiares e comunidade não conheciam e não participavam das discussões sobre o Currículo da Educação Infantil. Descrição das intervenções que foram realizadasA coordenadora realizou uma série de reuniões com as famílias e com os professores; apresentou propostas para o trabalho na educação infantil, orientadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil\2009 e realizou um processo de formação dos professores. Nele priorizou a discussão das práticas à luz de estudos teóricos, de forma provocativa e com boas perguntas e reflexões. O processo com os professores foi de muito estudo, com leituras importantes e planejamentos para pensar em como tornar possível as propostas. A realização coletiva de sequências de atividade contribuiu para o grupo pensar sobre a produção gráfica. Nessas sequências didáticas discutiram propostas para apresentar diferentes suportes, meios e instrumentos para o desenho das crianças. Esse trabalho tornou possível observar as produções das crianças e realizar propostas de apreciação das produções de artistas famosos, de artistas locais e das próprias crianças. Com a continuidade dos estudos, o desenho do corpo humano (outra sequência criada pelo grupo) possibilitou observar e compartilhar as produções das crianças e deixar os professores admirados com detalhes que não haviam percebido antes dos estudos. E oficinas de criação começaram a fazer parte da rotina semanal das turmas. Como estavam bem entusiasmados com todos esses estudos e temas, aproveitaram tudo o que já havíamos vivido até então e, assim, começaram a envolver os familiares nessa caminhada. Na Festa da Família, convidaram os pais para pintarem o muro da escola com seus filhos. Com materiais variados (lápis grafite com diversos tons de cinza, tinta aquarela, lápis de cor aquarelável, carvão vegetal em forma de bastão, jogo de pincéis atômicos de diversas cores, giz pastel oleoso) iniciou-se a participação dos pais. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido As crianças estão mais envolvidas com as propostas. Ficam curiosas e interessadas em saber quais materiais serão disponibilizados para as suas produções. Demonstram alegria em participar de atividades como a de desenho na lousa de azulejo da escola; em poder escolher os materiais que querem nas oficinas de criação; em experimentar os diversos materiais. Ficam mais tempo concentradas na realização de suas produções. “Vou fazer uma ponte nela. Lembra daquela casinha que eu caí no parque? Então, vou fazer uma ponte nela.” (Pietro – 5 anos – turma do integral) “No meu desenho tem um monte de parque, verde...” (Enzo – 4 anos – turma do integral) “Vou usar muitos materiais pra ficar diferente e divertido.” (Felipe – numa oficina de criação – 3 anos – Maternal tarde) “Já sei desenhar tudo!” (Manuelle – 4 anos – Maternal manhã) “Posso desenhar o que quiser!” (Enzo – 4 anos – Maternal manhã) Descrição dos resultados das ações As trocas entre os professores aumentaram ao longo do tempo e eles se encantam, a cada dia, com as produções infantis, oferecendo novas possibilidades para a criação.
Os desenhos das crianças, passaram a conter mais detalhes: olhos com cílios, cabelos de comprimentos, “cortes” e penteados diferentes, roupas com mais detalhes. Os resultados surpreendentes deram uma “nova roupagem” para as atividades desconexas e repetitivas de outrora.
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Nome da Instituição: Escola Municipal Profª. Anna Mantovani de Andrade Responsável: Eliani Ragonha Função ou cargo que ocupa: Coordenadora pedagógica Município e Estado: São José do Rio Preto / SP Faixa etária atendida: 4 a 5 anos Categoria: Gestão 2: Formando para a mudança O que levou a realização da prática? (diagnóstico) A partir da prática de observar as crianças, seus interesses e curiosidades, a professora valorizou a descoberta de um ninho de ovos no muro da EMEI e a dúvida das crianças – É ovo de que? As crianças assumiram a autoria de um processo de investigação e pesquisa, transformando seus saberes em conhecimento cientifico. Descrição das intervenções que foram realizadas As experiências vivenciadas pelas crianças foram intencionalmente planejadas e propostas de forma a garantir que as interações entre elas, os materiais, os tempos e os espaços de forma muito rica. Rodas de conversa abriram espaços para que as crianças pudessem expor suas hipóteses sobre os ovos, apresentando seus conhecimentos prévios sobre o tema. A produção de cartazes registrou suas hipóteses, o que já sabiam e o que queriam saber sobre o tema, assim como, suas novas respostas às perguntas, tendo a professora como escriba. As crianças munidas de lupas exploraram, recolheram material que pudessem justificar suas hipóteses, pesquisaram em várias fontes como livros, revistas, sites e vídeos da internet. Constataram que os ovos eram de lagartixas e observaram o nascimento de duas delas. As crianças registraram suas descobertas por meio de desenhos, modelagens, instalações com diferentes materiais: papel, lápis, giz de cera, canetinha, tinta; recursos naturais como gravetos, folhas secas, sementes. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido As crianças, envolvidas com o tema, quiseram saber mais sobre as ‘lagartixas” e o processo de desenvolvimento de seus ovos: Quanto tempo levam para nascer? Se precisavam ser chocados pela “mamãe lagartixa”? Se eram venenosas? Do que se alimentam? etc. Durante a investigação, ao visualizar uma poça de água na quadra, Andrei insistiu com sua hipótese: "Eu não disse que é ovo de mosquito da dengue, eu sei porque tem água parada aqui..." Procurar pistas que justifiquem sua hipótese mostra que ele traz muitos saberes sobre o mundo. Pedro encontrou em uma folha no jardim minúsculos ovos de borboletas e compartilhou sua descoberta com a turma dizendo: “Olha só o que eu achei... ovinhos de borboletas...” A folha com ovinhos foi levada para sala para que a turma pudesse compará-la com a imagem que pesquisamos. Ao calcularem o tempo em que as lagartixas demoraram para nascer, a partir de uma planilha, Diego se surpreendeu: “Olha professora, estes dois meses (julho e agosto) dá 62 dias... Por que eu pensei assim: trinta mais trinta fica sessenta e um mais um são dois e sessenta mais dois fica sessenta e dois” A ideia da produção do documentário partiu das próprias crianças: “Precisamos fazer um vídeo e colocar no YouTube, professora”. Elas participaram da elaboração do roteiro, ajudaram na seleção de imagens e fizeram a narração dos textos no vídeo. Descrição dos resultados das ações O vídeo publicado na página do Youtube da nossa EMEI mostra as falas e as descobertas das crianças. As crianças tiveram a oportunidade de compartilhar seu conhecimento com a exposição de cartazes e fotos de sua vivência; a montagem de uma árvore confeccionada com caixas de papelão como telas ilustrando a camuflagem das lagartixas, além do documentário produzido pela turma. A avaliação do desenvolvimento de cada criança nesse projeto foi feita de forma processual a partir do acolhimento de suas vozes e saberes, na observação das manifestações de suas várias linguagens e nas interações entre elas. Os objetivos foram alcançados pois garantiu-se às crianças experiências que fizeram delas protagonistas de um processo, compartilhando seus saberes e transformando-os em conhecimentos, como, por ex., a importância e o cuidado com a biodiversidade numa relação de respeito com o meio natural. |
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