Nome da Instituição: EMEI Dona Maria de Lourdes Coutinho Torres Responsável: Sirlene Socorro da Dalto de Souza Função ou cargo que ocupa: Professora Equipe participante: Lindalva Isabel da Silva Borges Anadelia Silva Picolo Cassia Monteiro de Oliveira Município e Estado: São Paulo/São Paulo Faixa etária atendida: 4 e 5 anos O que levou a realização da prática? (diagnóstico) Este projeto surgiu do olhar observador e curioso das crianças ao notarem que havia uma “abelha” construindo sua colmeia no telhado de um dos brinquedos do parque. Os questionamentos e hipóteses emergiam vivamente em seus diálogos no parque, enquanto observavam o pequeno inseto trabalhar na construção da colmeia. Ao dar ouvidos a essas vozes começaram a surgir propostas de pesquisas, investigações e vivências, onde as crianças foram assumindo a autoria de todo processo e transformando seus saberes em conhecimento científico. Descrição das intervenções que foram realizadas Por meio de questionamentos, pesquisas e descobertas as crianças foram assumindo a autoria do processo de construção de conhecimento e decidiram apresentá-lo as outras turmas, que por sua vez, também compartilharam suas aprendizagens, criando uma grande "teia de saberes e conhecimentos”. Uma ação que começou com uma simples observação da construção de uma colmeia, ampliou-se para pesquisas sobre os pequenos frutos de uma palmeira do parque chamada “Jerivá” que produz pequenas flores e que fornecem néctar para as abelhas produzirem o mel. Nesse processo, de constante questionamento sobre tudo que iam encontrando ao seu redor, as crianças quiseram saber mais também sobre os grilos que encontravam constantemente pelas áreas externas da EMEI, ampliando ainda mais seus conhecimentos. A escola fez parceiras com entidades da região para enriquecer as pesquisas as crianças, como com o grupo “Paleontos”, que levou para a EMEI a exposição “Mundo Artrópode”, com um acervo de mais de cem insetos e aracnídeos embalsamados e réplicas em tamanho real. E ainda, o contato com a ONG "Abelhas sem Ferrão" que subsidiou o grupo com informações e sugestões de pesquisa. O projeto culminou em uma exposição para toda a comunidade escolar. Neste dia, foram expostas fotos registradas pelo olhar infantil e suas produções. A ideia desse evento foi a valorização dos saberes e conhecimentos infantis, por isso, as crianças foram convidadas a usar o microfone, disponível para quem quisesse falar sobre o que “sabia e/ou conhecia sobre a natureza e seus pequenos bichinhos”. Não foi preciso ensaio, nem falas decoradas, pois as crianças tinham muito a falar e compartilhar. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido Durante todo o projeto as crianças eram convidadas a fazer os registros de suas hipóteses e constatações através de desenhos de imaginação, observação, modelagem, instalações, utilizando como recursos os mais diferentes materiais que iam desde recursos gráficos (papel, lápis, giz de cera, canetinha, tinta) até recursos naturais (gravetos, folhas secas, sementes etc), pois desenvolveram o hábito de recolhê-los quando exploravam as áreas externas. Ao descreverem seus desenhos e produções as crianças expunham os conhecimentos construídos sobre o pequeno inseto: “Essa abelhinha está de barriga cheia, pois acabou de chupar muito néctar de uma flor... Está tudo no ‘estomiguinho’ (referindo-se ao estômago) dela” (descreveu a pequena Alice) “As abelhas são insetos, então eu fiz seis patinhas para ela” (disse Julia) As crianças tiveram a oportunidade de saborear e sentir o cheiro do mel, e de realizar uma receita de bolo de pão de mel, percebendo as quantidades e os processos químicos que envolvem a culinária. Enquanto esperavam o bolo assar, as crianças se mostraram bem ansiosas. Até que a pequena Kauani sugeriu: “Que tal a gente fazer uma festa para quando o bolo ficar pronto?”. A ideia foi acolhida pela turma e pela professora que organizou junto com as crianças o espaço e a decoração da “festa” usando os matérias do kit de brincadeiras de ”faz de conta” que faz parte do acervo de brinquedos da sala. Assim, quando o bolo ficou pronto, as crianças brincaram de celebrar fazendo uma festa e se deliciando com a receita executada. Quando encontraram no parque pequenos frutos, a curiosidade das crianças levou a conversa. que segue: “Essas frutinhas são mangas... eu vou levar para casa e esperar crescer para comer” (afirmou a pequena Laisa ao recolher os misteriosos frutos) “Não são mangas... eles não vão crescer, porque são coquinhos” (disse com muita convicção a Sophya). Durante o processo de pesquisa, descobriram também que antes de produzir esses frutos, o jerivá produz pequenas flores que são muito procuradas pelas abelhas para retirada de néctar. Relacionaram essa informação à explicação que os colegas da outra turma deram sobre as abelhas: “Então é por isso que tem as abelhinhas no parque, porque elas tiravam o néctar das florezinhas do jerivá” (disse Pamela) Para compartilhar tudo o que aprenderam, as crianças confeccionaram um painel sobre o jerivá, utilizando tinta, colagens de fotos e desenhos feitos por elas de diferentes insetos e pássaros, ilustrando a biodiversidade do parque da escola. Descrição dos resultados das ações Com esse trabalho as crianças tornaram-se protagonistas de sua própria aprendizagem, ampliaram seus conhecimentos e continuam a se encantar a cada descoberta. Sentem-se cada vez mais a vontade para compartilhar tudo o que aprendem. As famílias têm se mostrado mais participativas, valorizando as descobertas infantis e as incentivando por meio de pesquisas feitas em casa e enviadas à escola. Quanto às educadoras, para além do encantamento com esse trabalho, aprenderam muito sobre o “fazer pedagógico”, no que se refere à qualificação de suas práticas e à importância da escuta das crianças. Perceberam também como é importante e enriquecedor estabelecer parcerias, que podem dar suporte e enriquecer o trabalho. Percebem como muito importante as reflexões e discussões que realizam sobre os ODS (Objetivos de desenvolvimento Sustentável) para ampliar o contato das crianças com a natureza, de forma que elas possam compartilhar seus saberes e transformá-los em conhecimentos para uma vida sustentável, na redução das desigualdades e sobretudo preservando e utilizando, de forma consciente, os recursos naturais e garantindo assim, os direitos das futuras gerações
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Nome da Instituição: CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL LUIZ VARGAS Responsável: JULIANA DOROW GIRARDI Função ou cargo que ocupa: professora Equipe participante: coordenadora e zelador Município e Estado: Blumenau/ Santa Catarina Faixa etária atendida: 4 e 5 anos Categoria: Professor 1: Passei a ouvir, observar e conhecer mais as crianças O que levou a realização da prática? (diagnóstico) O projeto surgiu a partir do interesse e curiosidade das crianças pelos insetos. Em roda de conversa o grupo pediu para estudarem as formigas e, assim, foram surgindo as primeiras perguntas e curiosidades. Como vivem as formigas? As formigas comem folhas? Elas têm veneno? Como é dentro do formigueiro? Porque elas andam umas atrás das outras? Podemos fazer um formigueiro? Descrição das intervenções que foram realizadas A professora realizou um passeio com as crianças, no espaço externo do Cei, para procurarem formigas e logo que as encontraram, resolveram segui-las para ver onde iriam. Descobriram que elas iam para um formigueiro, num canteiro de grama. As crianças viram que algumas formigas estavam carregando pequenos pedaços de folhas de grama. Daí muito mais curiosidades e dúvidas surgiram. Com a ajuda do zelador, coletaram algumas formigas e colocaram em um vidro com um pouco de barro do canteiro. Por meio de pesquisas descobriram que se tratava da formiga de fogo. Por meio de vídeos e pesquisas referentes fizeram várias descobertas, como, por exemplo, a importância das formigas para o meio ambiente; que vivem em sociedade, como funciona o formigueiro, como elas se alimentam, o que comem, como se comunicam. A curiosidade das crianças ia além e, então, resolveram, em roda de conversa, voltarem ao formigueiro para coletarem mais formigas e acharam a “formiga rainha”, alguns ovos e larvas. Colocaram no vidro “formigueiro” e acrescentaram areia. Conforme os dias iam passando, as crianças iam observando o formigueiro e cuidando das formigas. Observaram os caminhos (túneis) que as formigas construíam através do vidro. As crianças observaram o formigueiro todos os dias, colocavam comida para as formigas e algodão molhado em água para manter úmido o formigueiro. “Era encantador ver os olhinhos brilharem ao observarem o formigueiro com tanta curiosidade e satisfação ao ver o desenvolvimento do formigueiro. Através de vídeos descobrimos que poderíamos fazer um formigueiro diferente com potes e mangueiras. E assim surgiu o nosso segundo formigueiro”, diz a professora. Uma criança sugeriu procurarem fora do CEI outros tipos de formigas. No passeio pelo bairro encontraram um formigueiro grande e bem diferente do que conheciam; as formigas eram maiores e tinham a cabeça avermelhada. Coletaram algumas formigas para pesquisarem a espécie encontrada e descobriram que se tratava de formiga saúva. O zelador ajudou a fazer um formigueiro, por se tratar de um formigueiro muito grande. Convidaram também uma bióloga para responder algumas das perguntas das crianças e falar sobre as formigas. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido Como as formigas encontradas fora do CEI eram maiores do que as anteriormente encontradas, as crianças acreditavam que elas precisavam de uma “casa” maior. A partir daí algumas dúvidas surgiram. “Será que nosso formigueiro vai dar certo, sem a formiga rainha?” “Será que podemos juntar essas formigas com a formiga de fogo?” “Será que as formigas vão escolher outra formiga pra ser a rainha?” “Será que elas vão se dividir e formar duas colônias? Já que nesse formigueiro tem dois potes com areia e barro”. E assim continuamos a observar os formigueiros diariamente e pesquisando conforme as dúvidas iam surgindo. Descrição dos resultados das ações Através das pesquisas e vivências no decorrer do projeto, as crianças puderam entender como vivem as formigas e a importância que esses insetos têm para o meio ambiente. Descobriram que a formiga é o único inseto no reino animal que “recicla” o seu lixo, ou seja, elas criam no formigueiro um aterro sanitário onde descartam restos de alimentos e formigas mortas. Descobriram também que a formiga não come folhas e sim fungos e, ainda, que a formiga macho não trabalha. Com a ajuda das famílias, as crianças pesquisaram outras espécies de formigas e confeccionaram uma formiga com materiais alternativos. Em sala modelaram formigas com argila e massa de biscuit. As crianças demonstraram muito interesse em reproduzir através da escrita espontânea palavras referentes ao projeto. Trabalharam com histórias infantis relacionadas, textos coletivos e assistiram filmes sobre formigas. O interesse das crianças pelas formigas era tão evidente e encantador que os pais relatavam, que em casa, elas davam aulas sobre formigas. O projeto foi finalizado em parte, pois os formigueiros continuam em sala sendo acompanhado pelas crianças para o observar seu desenvolvimento ( de vez em quando uma criança chama porque notou alguma mudança no formigueiro ou faz alguma fala referente à formiga, mesmo já trabalhando em outro projeto). Foi realizada uma exposição no hall de entrada do CEI, sobre o “Fantástico mundo das formigas”. |
Histórico
Novembro 2019
Categorias
Tudo
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