Nome da Instituição: CEI Vila Jóia - Instituto Kwaray Responsável: Daniele Iacovantuono Função ou cargo que ocupa: Diretora Equipe participante: Gestão, Equipe Docente e Equipe de Apoio Município e Estado: São Paulo/SP Faixa etária atendida: 0 a 3 anos Categoria: Gestão 1 : Como favorecemos o protagonismo infantil (o olhar da gestão para a criança) O que levou a realização da prática? (diagnóstico) Esta prática nasceu da necessidade sentida pela diretora da creche e sua equipe, de uma nova utilização do espaço externo do CEI, que contava apenas com brinquedos tradicionais de plástico e ferro (escorregador, balança, gira-gira e gangorra), que não favoreciam as explorações infantis. E também de sua subutilização pelos bebês e crianças pequenas (aproximadamente 40 minutos diários para cada turma), o que mantinha as crianças muito tempo nas salas, sem permitir que usufruíssem tudo o que um espaço externo bem estruturado poderia proporcionar para sua aprendizagem e desenvolvimento. Esse movimento se deu, principalmente, a partir da observação, por parte dos adultos, das “pistas” que as crianças traziam, indícios de que queriam mais em suas brincadeiras livres. Elas expressavam-se como um avião de braços abertos, cavavam buracos na areia como se estivessem na praia, corriam por cima dos canteiros das jardineiras como se estivessem passando por cima de um circuito. Assim, as dicas das crianças abriram espaço para a realização de um diagnóstico que demonstrou a necessidade de se ocupar o parque da unidade com ações que ampliassem as possibilidades das crianças e que também, garantisse o direito de escolha, com propostas mais desafiadoras e com um tempo maior para as vivências diárias. Isto porque a equipe pode ver a criança como um ser capaz, potente, socialmente competente, com direito à voz e à participação nas escolhas. Planejaram uma ocupação do parque com o objetivo de transformá-lo em um lugar privilegiado para vivências e experiências da primeira infância, para e com as crianças, com o intuito de atender suas individualidades. A diversidade de materiais que a natureza poderia oferecer propiciaria experiências sensíveis em um território infinito de possibilidades com texturas, cores, sons e aromas naturais. Descrição das intervenções que foram realizadas Cada professora planejou o seu “Canto do Brincar” com as crianças e as escolhas ocorreram por meio de imagens. A partir dessa ação, passaram a organizar quatro cantos diferenciados diariamente no parque, como: circuito com pneus e ripa, canto de construção com materiais de largo alcance, cantos de faz de conta, casinha, parque, elementos da natureza, artes, leitura, entre outros, modificados semanalmente. A Gestão definiu um cronograma diário com horários para montar e desmontar os Cantos do Brincar no parque. Como os cantos contam com uma professora titular e duas volantes, o processo acaba sendo rápido e ágil. Organizaram a ocupação do parque em duas turmas– manhã e tarde, já que o CEI atende 160 bebês e crianças, dobrando o tempo de sua permanência no espaço. Alcançaram, assim, um maior aproveitamento e mais qualidade na utilização dos Cantos do Brincar. Essa proposta apoia também o olhar e a escuta das professoras, na realização dos Registros. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido As crianças demonstram um fascínio pelos materiais mais simples e pelos elementos da natureza que, por sua vez, potencializam a concretude do faz de conta, da construção e das manifestações artísticas. É um espetáculo poder observar as preferências das crianças por cantos, materiais ou propostas, bem como contar com um tempo ampliado que possibilita abrir espaço para o começo, meio e fim nas brincadeiras. Descrição dos resultados das ações Essa ocupação do parque com materiais simples e diversificados, com tempo alargado, potencializa as explorações infantis e abre espaço para a curiosidade, o domínio de novas habilidades, a construção do novo e começa a tornar visível também o interesse das educadoras. Elas passam a relatar, por exemplo, uma criança observando a areia caindo de um funil como se estivesse em câmera lenta ou investigando uma folha vermelha através do raio de sol com calmaria e concentração, na perspectiva da criança; alguém que vê o mundo com seus próprios olhos, levanta hipóteses, constrói relações, teorias e culturas infantis, por meio de suas expressões próprias, construindo saberes e ensinando os adultos. O papel do educador na Educação Infantil é o de escutar as crianças, articular e apoiar suas descobertas, criando condições para a produção de conhecimento de maneira integral, não fragmentada. Quando o educador aprimora seu olhar, novas observações e experimentações se tornam possíveis. Além disso, graças a indicadores de avaliação, pode-se constatar menos acidentes no parque e menos adoecimento das crianças. O CEI é hoje um lugar de aprendizados e desenvolvimento por meio de múltiplas linguagens, experiências e, principalmente, por meio do lúdico, ou seja, as crianças APRENDEM brincando e BRINCAM aprendendo; pois elas são as protagonistas da ação educativa.
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Novembro 2019
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