MOBILIZAÇÃO OCUPAÇÃO CRIANÇA
  • Home
  • O que é?
  • Banco de Boas Práticas
  • Seminários
    • I Seminário
    • II Seminário
    • III Seminário
    • IV Seminário
  • Contato

Mudança de olhar para uma prática que potencialize os bebês

3/9/2019

0 Comentários

 
Nome da Instituição: CEI Direto Jardim Santa Teresa
Responsável: Carla Soares Mota
Função ou cargo que ocupa: Professora
Equipe participante: Petrina A. Assis Cinoti, Valdira Ana Chaves da Rocha, Gabrielle Cilli de Sousa Manoel
Categoria: Professor 2 - Investigações Infantis
Município e Estado:  São Paulo/SP
Faixa etária atendida: 0 a 3 anos


O que levou a realização da prática? (diagnóstico)

O Currículo Integrador da Cidade, um documento de reorganização curricular, que nasceu de forma coletiva e participativa, tem por finalidade fortalecer a qualidade social do atendimento às crianças muito pequenas. Nele ficam evidentes as questões relativas à visibilidade dos bebês, já que por muitos anos eles não foram entendidos como sujeitos de suas aprendizagens, não sendo considerados em suas especificidades.
Ser professora de bebês é estar sempre atenta às suas linguagens e ao que eles estão dizendo por meio de gestos, do movimento, do choro, das escolhas – toda forma de expressão. Dar voz, de maneira qualificada, tonou-se um o desafio.
Até então, as ações eram pensadas e organizadas de forma a favorecer os adultos, dentro de rotinas pouco flexíveis e com um olhar de extrema proteção, o que era um limitador para os corpinhos carregado de potencialidades. Então, como dar voz aos bebês?
O espaço se estruturava na contenção do corpo do bebê, com a intenção de mantê-los seguros. Desta foram, encontrava-se o uso inadequado do espaço, com muitos berços, TV, material pedagógico e atividades escolhidas pelos adultos e com objetivos definidos por eles, sem considerar as escolhas que os bebês são capazes de fazer.

Descrição das intervenções que foram realizadas

O espaço foi reorganizado com a retirada de berços, cadeirinhas de bebê conforto, pneus, calças com enchimentos, e tudo aquilo que limitava os movimentos. Deixaram de fazer uso da TV e começaram a ocupar outros lugares além da sala.
Mudaram também a forma de escolha dos materiais e introduziram os materiais heurísticos no cotidiano, além de alterações na forma de apresentação e no tempo que dedicaram novas descobertas.
Mudanças na rotina, principalmente no atendimento mais individualizado como: sono, troca e alimentação. Nesta última, buscou-se mais qualidade na relação adulto/ bebê, com um atendimento individualizado. Ou seja, um ou dois bebês para cada adulto, favorecendo a interação nesse momento tão importante.
O sono passou a ser oferecido no decorrer da permanência da criança, sem horário pré-definido pelo adulto.
Com relação aos momentos de troca, pensou-se em uma maior com interação. Aqui o adulto passa a falar sobre sua ação com o bebê o tempo todo, permitindo que o mesmo participe desse momento e fazendo pequenas escolhas, principalmente da posição corporal.
Os adultos passam a realizar uma observação com mais foco nas ações que cada bebê realizava no espaço.
Estudos sobre a abordagem da Emmi Pikler, contribuem para a valorização da ação dos bebês como protagonistas de suas escolhas; da independência da figura adulta que está em sua volta e a qualificação dos momentos de cuidados que são intencionais para o desenvolvimento da segurança afetiva.
O cercado é colocado na sala com intencionalidade, pois faz parte da abordagem estudada e ajuda no processo da consciência corporal que cada bebê precisa passar.  Não tem tempo certo de cada bebê no espaço, mas sim um processo de segurança emocional e desenvolvimento de suas habilidades motoras, que deve ser respeitado.
Utiliza-se também a fotografia para dar voz aos bebês e visibilizá-los para as outras pessoas do espaço, família e comunidade.
Com a liberdade dos movimentos e sem recursos de contenção de corpos, percebe-se uma consciência corporal muito maior, segurança em suas conquistas e predisposição para os novos desafios. Com a conquista de seus movimentos, a autonomia nas escolhas do que brincar, investigar ou até mesmo a escolha de não fazer nada. Tudo é permitido intencionalmente.
A formação dos educadores envolvidos também foi um diferencial. Cada um procurou ler mais sobre o assunto e, nos momentos coletivos de formação, os temas envolvendo os bebês ficaram mais constantes. Ampliou-se o estudo para conhecer a abordagem Emmi Pikler.

Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido

Sem objetos de contenção como os bebês conforto, calças com enchimento, pneus entre outros recursos que limitam o corpo, eles ganham espaço e possibilidades de aprendizagens.
Com a observação atenta, aprendemos que os bebês se expressam em seus pequenos gestos e que são verdadeiros pesquisadores. Primeiro a pesquisa começa com o seu corpo, pés e mãos se tonam a brincadeira. Depois ele passa por novas descobertas quando rola, fica de bruços, volta para posição inicial e vai descobrindo seus limites.
Há investigação com os objetos também, que são oferecidos de forma a auto estimular os movimentos, pois a curiosidade é uma ferramenta para o desenvolvimento de novas aprendizagens. Ver a relação que cada bebê tem com o objeto de sua escolha comprova o quanto são investigativos, potentes e cheios de competência e só precisam de oportunidades para despertá-las.

Descrição dos resultados das ações

A gestão está ampliando as diretrizes de trabalho para as demais turmas e há colaboração de outras pessoas para que as mudanças ocorram na rotina; cozinheiras e auxiliares de limpeza apoiam e os horários de alimentação se tornam mais flexíveis para que seja possível oferecer um atendimento mais individualizado.
Dar visibilidade para o fazer dos bebês, valorizar cada um em sua individualidade, mesmo em um espaço coletivo; fazer uso de encontros com as famílias para a mudança de olhar para as aprendizagens, as competências e o desenvolvimento de seus filhos.
Entender um pouco sobre a organização do espaço, rotina e como trabalhar em parceria; realizar uma acolhida diferente, em que cada família fica uma semana no espaço para conversar sobre a rotina do bebê em casa e sobre a importância da mudança de olhar para o fazer cotidiano na creche.
Enfim, os resultados são percebidos nos sorrisos, no corpo livre e na autonomia que os bebês vivem no cotidiano.


0 Comentários



Enviar uma resposta.

    Histórico

    Novembro 2019
    Outubro 2019
    Setembro 2019
    Agosto 2019
    Março 2019
    Outubro 2018
    Setembro 2018
    Agosto 2018
    Outubro 2017
    Setembro 2017
    Abril 2017
    Fevereiro 2017

    Categorias

    Todos
    1ª Mostra
    4ª Mostra
    4ª Mostra
    Como Favorecemos O Protagonismo Infantil
    Formando Para A Mudança
    Gestão 1: Como Favorecemos O Protagonismo Infantil
    Gestão 2: Formando Para A Mudança
    Gestão 2 : Projetos De Formação
    Observar E Conhecer Mais As Crianças
    Passei A Ouvir
    Professor 1: Passei A Ouvir
    Professor 2 Investigações Infantis
    Professor 2 - Investigações Infantis
    Professor 2: Passei A Ouvir
    Professor 2: Passei A Valorizar E Expor As Produções Infantis

    Feed RSS

Powered by Create your own unique website with customizable templates.
  • Home
  • O que é?
  • Banco de Boas Práticas
  • Seminários
    • I Seminário
    • II Seminário
    • III Seminário
    • IV Seminário
  • Contato