Nome da Instituição: EMEB Prof. Ana Henriqueta Clark Marim Responsável: Amanda Bolsarin Função ou cargo que ocupa: Professora Equipe participante: Professora Ana Maria Bonfim, diretora Jane, vice-diretora Luciana e coordenadora pedagógica Raquel Município e Estado: São Bernardo do Campo / SP Faixa etária atendida: 4 e 5 anos Categoria: Professor 1: Passei a ouvir, observar e conhecer mais as crianças O que levou a realização da prática? (diagnóstico) A partir de algumas formações sobre a BNCC e sobre documentação pedagógica, a equipe teve a oportunidade de rever sua prática, com reflexões que puderam contribuir para repensarem alternativas que garantissem os direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil. A equipe gestora colocou, então, um desafio: organizar um novo espaço externo, onde as crianças já brincavam de faz-de-conta/cozinha de lama, aprimorando-o. Por onde começar? O que comporia este espaço? Muitos desafios foram postos para superá-los. Perceberam que a tomada de decisão estava centralizada nas mãos dos adultos e também que precisavam ampliar as propostas do brincar no espaço externo: O que as crianças já fazem e do que já brincam? Como ampliar este brincar? Como envolver as crianças nas tomadas de decisão? Por que nem todos se envolvem e como garantir esse envolvimento? Envolver as crianças nas tomadas de decisão, sugestões e participação nas intervenções e ações passa a ser então estratégia de trabalho com a intenção de que a brincadeira na Cozinha de Lama ficasse ainda mais interessante, envolvente e enriquecedora, sem perder a intencionalidade educativa, que as práticas educativas impõem. Descrição das intervenções que foram realizadas Reorganização e intervenções no espaço, a cada experimentação e exploração vividas pelas crianças, somadas às observações da equipe definiam indicativos de como ampliar as experiências das crianças na Cozinha de Lama, como, por exemplo, os novos elementos como: geladeira, utensílios de cozinha, baldes, serragem, etc. de forma a promover o brincar na natureza e outros tantos desafios que o espaço propunha. O exercício da escuta e a certeza do protagonismo das crianças fez com que elas fossem incluídas nas tomadas de decisão. Tudo começou com um levantamento conjunto do que já faziam nesse espaço, do que e com o que brincavam e quais as brincadeiras que mais gostam de brincar lá. E for fim, lançaram a pergunta: o que poderia ser feito para que a brincadeira na cozinha de lama ficasse ainda mais legal? E muitas sugestões foram apontadas pelas crianças em assembléias; uma delas foi à utilização da água como mais um elemento para compor a brincadeira. Outras sugestões para organizar a brincadeira foram aventadas como a limpeza dos utensílios e a oferta de outros materiais como madeiras diversas, vários tipos de folhas, sementes, pedras, etc. com participação das crianças também na seleção destes materiais. Como este trabalho ainda está em andamento, as intervenções também estão sendo desenvolvidas conforme os apontamentos, observações que vão surgindo ao longo das brincadeiras e experiências nesse espaço. Descrição dos saberes e fazeres infantis que emergiram no trabalho desenvolvido O principal objetivo para a ação das crianças na Cozinha de Lama era que elas tivessem contato direto com elementos da natureza, explorando-os em suas brincadeiras, o que se aliava a uma infinidade de possibilidades do brincar e da ampliação da criatividade, por meio do jogo simbólico, constituído também pela interação com outras crianças. Puderam notar o envolvimento das crianças, elaborando e criando esse brincar. Os objetos, utensílios e as experiências fizeram com que as crianças ampliassem as possibilidades do brincar. Objetos, utensílios, elementos da natureza foram sendo utilizados com outras funções, como por exemplo, a caixa de madeira de feira que se transformava ora em mesa, ora em churrasqueira e onde os tocos de madeiras eram as carnes, etc. As crianças organizaram festas com diferentes temas, sempre envolvidas no preparo dos alimentos (todos elementos da natureza); as tarefas sobre quem faz o que nas brincadeiras também eram divididas e acordadas entre as crianças, de forma a resolver situações problemas postas na organização da brincadeira. Outra situação bastante significativa neste espaço são relações que as crianças fazem, em suas brincadeiras com referências nas práticas culturais como a “leitura” das receitas e as medições dos ingredientes em suas preparações. Criaram também outras possibilidades, não se limitando ao proposto, pois panelas, baldes e outros utensílios transformavam-se em instrumentos musicais e as crianças produziam diversas possibilidades de produções sonoras! Foi possível observar as falas das crianças que se revelavam bastante ricas e cheias de significados quanto à elaboração de suas brincadeiras de cozinhar, de organizar as festas, entre outras. Comentários sobre como preparar receitas, procurando seguir a lógica da prática social do churrasco, por exemplo, em que os meninos, mais especificamente, eram os que organizavam este jogo, se baseiam em algumas práticas culturais. Foi possível observar as crianças criando e elaborando jogos simbólicos, representando o mundo que as cerca, fazendo descobertas, explorando, resolvendo conflitos, enfim, aprendendo! Descrição dos resultados das ações A equipe percebeu o potencial desse espaço na promoção das aprendizagens das crianças e de outros envolvidos, professores, gestores e comunidade. Todos estão tendo a oportunidade de construir muitos saberes, ampliar conhecimentos e continuar a buscar estratégias para que nossos saberes, olhares, escutas continuem se ampliando e promovendo aprendizagens ainda mais significativas: aquelas que tocam e que podem deixar experiências para a vida, contribuindo, assim, para a educação integral das crianças! A compreensão do propósito desse trabalho levou ao envolvimento das famílias que demonstram interesse pelos fazeres da escola e das crianças, não mais questionando porque as crianças iam embora com seus uniformes sujos. Entendem hoje que as crianças têm direito ao contato com a natureza, tem direito ao brincar, participar, conviver, explorar, expressar e conhecer-se, enfim, que com essas experiências estão aprendendo o tempo todo. Todos os desafios servem como suporte para que as crianças se sintam desafiadas a buscar soluções e, assim, a ampliarem as possibilidades do brincar. Da mesma forma, os educadores têm tido a oportunidade de rever sua prática, de forma reflexiva e qualificando o atendimento.
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