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Pequenos conselheiros, grandes ideias

13/9/2017

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Instituição: EMEI Dona Leopoldina
Responsável: Marcia Covelo Harmbach
Função ou cargo que ocupa: Diretora da EMEI
Município: São Paulo (SP)
Faixa Etária Atendida: 4 e 5 anos
Categoria: Como favorecemos o protagonismo infantil

O que levou a realização da prática? (diagnóstico)

Em fevereiro de 2012 a equipe gestora iniciou o trabalho na EMEI ouvindo todos os trabalhadores, educadores da escola e os pais para fazer um diagnóstico sobre a realidade da unidade escolar, uma vez que éramos nós as novas integrantes. As crianças também foram ouvidas nesse processo.

Assim, o projeto partiu de uma escuta sensível, buscando a autonomia e autoria das crianças e construindo com elas formas de tornar a escola mais bonita, aconchegante e brincante, construindo espaços e tempos significativos para todos.

Como não bastava só ouvir as crianças, mas atrelar o que se ouvia à criação de tempos e espaços para que elas pudessem viver as infâncias, ampliando suas realidades sociais, culturais e humanas, o objetivo era incluir as crianças na participação da gestão democrática da escola, contribuindo para o diálogo entre elas e os adultos, respeitando a cultura infantil e fomentando a autoria na tomada de decisões sobre assuntos de interesse da escola e do entorno.

As crianças mostraram o que faltava para o uso dos espaços e materiais. Por exemplo, não queriam a “hora do sono” e gostariam de usar a quadra, os espaços de terra que as professoras não deixavam, entre outros desejos.

Ao considerarmos a importância de criar mecanismos e estratégias para dar relevância à voz das crianças no cotidiano da educação infantil, e ainda, considerando a necessidade de encontrar soluções para um diálogo cada vez maior entre crianças e adultos, escolhemos o caminho da constituição do Conselho de Crianças;

No Conselho as crianças são motivadas a refletir, levantar hipótese, pesquisar, tirar conclusões, ampliar o conhecimento e avaliar o que observam e constroem sobre o mundo.

Intervenções Realizadas

Para compor o Conselho formam escolhidos, pelas próprias crianças, dois representantes por sala: um menino e uma menina (para garantir a questão de gênero); um escolhido pelas crianças e outro pela professora.

Após várias reflexões sobre como garantir uma pergunta que abarcasse a visão das crianças sobre os tempos e espaços da escola, lançamos duas questões para discussão:" O que você gosta na escola?" e “O que você não gosta na escola?”
As discussões no Conselho acontecem em uma assembleia e uma reunião mensais. Os representantes levam as discussões para as salas e no mês seguinte trazem a devolutiva e os registros por meio de várias linguagens (desenho, colagem, pintura, escrita).

Nas reuniões de Conselho, cada representante socializa o que trouxe e discutimos sobre a temática proposta. Partindo dos diversos pontos de vista, apontamos encaminhamentos que são levados ao Conselho de Escola dos adultos e são debatidos em igual importância aos temas levantados por pais e educadores.
Desta forma, construímos, todos juntos, uma rotina que contempla as necessidades das crianças e atende às suas sugestões.

Descrição dos saberes e fazeres infantis

Os pequenos provaram para os adultos que eram capazes de, por exemplo, subirem em árvores. Os pais e educadores ficaram reticentes e queriam delimitar quais árvores poderiam ser escaladas e novamente as crianças apontaram a solução: "Subimos até onde der".

A Organização do espaço a partir das indicações das crianças e não das necessidades e da ótica dos adultos foi nossa meta em 2013. Discutimos o uso das verbas: o que comprar, para quê e, desde aquela época, destinamos uma porcentagem da verba para a aquisição das prioridades definidas pelo Conselho de Crianças (opinam sobre as festas, passeios, estudo do meio e resoluções dos problemas do cotidiano: conflitos, alimentação, projetos, entre outros). Em 2014, projetaram um campo de futebol de areia que foi construído de acordo com o projeto das crianças e com arquibancadas.

Ganhamos algumas casinhas de entrar dentro e os adultos queriam colocar uma em cada parque e as crianças ficaram indignadas: “vamos colocar uma do lado da outra para brincar de vizinho” e quando chegou a terceira casinha:” agora vai ser uma vila”! Os adultos jamais teriam a percepção das crianças, porque a ótica é outra, com outra complexidade.

Em 2015, as crianças começaram a perceber o entorno: nas saídas para ir à feira e a um clube próximo, observaram que não havia lixeiras pelo quarteirão, além de farol e faixa de segurança para atravessar a rua; as árvores precisavam de poda, pois estavam caindo na calçada e interrompendo a passagem dos pedestres. Levaram a questão para o Conselho e após muita discussão, chegaram à conclusão de que deveriam falar com o prefeito.

Foram atendidas pelo subprefeito da região que, além de ouvir as crianças, compareceu à escola para conhecer nosso Projeto.
Depois de um tempo, um mutirão da Subprefeitura colocou lixeiras, podou o mato e as árvores, colocou sinalização. As crianças ficaram felicíssimas e os adultos também, pois já fazia tempo que cobrávamos essas solicitações.

Em 2016, continuamos com nosso Conselho discutindo com as crianças o nosso cotidiano; resolvendo problemas, tratando de assuntos sérios como a questão de gênero por exemplo. Alguns pais não queriam que os meninos brincassem de boneca e as meninas de carrinho e eles mostraram que os pais cuidam dos filhos e as mães dirigem carros. Simples assim! Como simples são as respostas das crianças, mas de uma enorme sabedoria.

Resultados da ação 

A expansão das possibilidades de participação no mundo social é nossa tarefa primeira, pois ser humano e ser social significa ser sujeito de escolhas e isso se constrói na tomada de consciência sobre o que se faz. O investimento nos pequenos os torna agentes transformadores de si e do mundo ao seu redor.

Nosso Projeto inseriu a criança na construção de espaços e tempos educadores, onde a infância pode ser vivida, enriquecida, compartilhada.

Semestralmente fazemos uma avaliação dos avanços e conquistas do Conselho de Escola e Conselho de Crianças, mas na verdade o avanço é notório nos espaços e nas relações. Todas as pessoas que visitam nossa escola relatam sobre como a escola tem "cara de criança", sem ser infantil, como o espaço respeita o tempo da infância. Dar voz às crianças não é apenas permitir que elas falem, é reconhecer o que falam e que suas vozes possuem extrema importância. A maneira como sentem e veem o mundo ressignifica a visão do adulto e dá credibilidade para o que apontam.

Nesses cinco anos, em que estamos desenvolvendo o projeto dos Pequenos Conselheiros, nossa escola ficou mais colorida, alegre, com crianças mais felizes, questionadoras e críticas. Notamos, também, mudança na postura dos adultos que passaram a valorizar o protagonismo infantil.

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